quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"ALGO QUE NO HA CONFESADO A NADIE"

Almodóvar escreve como poucos.

Mesmo no seu blog é fácil sair do "estado de leitura" e simplesmente "assistir" suas palavras.

O genial cineasta espanhol escreve crônica, ensaio, opinião pessoal, narra sequencias de filmes que admira - tudo no mesmo post.

O título deste post, por exemplo.

Uma exemplar frase almodovariana dentro do post "Notas sobre 'Los Abrazos Rotos'" - que narra seu estado de espírito ao terminar de escrever o roteiro de Abrazos Rotos justo na mesma semana da morte da atriz Deborah Kerr.

A partir desse dois fatos, Almodóvar recorda qual papel da atriz veio-lhe à cabeça no exato momento em que leu a notícia do falecimento: o papel de Hannah Jelkes em La noche de la Iguana - do John Huston a partir da peça do Tennesse Williams.

E lembrar a personagem só se torna relevante se o monólogo que o fez lembrar daquela personagem da Deborah Kerr no momento em que leu a notícia de sua morte for digitado na íntegra.

Então é preciso partir para uma pra-lá-de-inteligente análise do porquê John Houston ter escolhido filmar o monólogo exatamente como foi escrito para a peça ao invés de roteirizar um flashback que dramatizaria a estória contada no já referido monólogo.

Para tanto, escreve uns pitacos sobre as diferenças entre cinema e teatro.

E logo avisa: vai inserir um monólogo no final do seu filme, Abrazos Rotos, que acabara de escrever, em homenagem a atriz.

Para então, numa auto-análise "básica", explicar:

"Detesto y rechazo las confesiones en la vida real, pero disfruto cuando se las escribo a mis personajes, y sobre todo cuando dirijo a los actores en ese tipo de escenas"

e assim vai.

Incrível.

Digo:

Incrível MESMO.

Tudo sobre esse post é encontrado aqui:

http://www.pedroalmodovar.es/PAB_ES_01TAbrazosRotos.asp

Nenhum comentário:

Postar um comentário