quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PATERNIDADE

Você se transforma no Steven Seagal para defender seu filho de dois anos dos marman-jos de três na pracinha. E isso é absurdo.

ZACK AND MIRI MAKE A PORNO



Toda a grande seqüência em quatro cenas do casal de amigos discutindo a possibilidade de fazerem um filme pornô.

Puro teatro filmado - diálogos inteligentes e fluentes.

E puro domínio técnico-narrativo: as cenas perfazem um dia inteiro (de uma noite a outra) em quatro cenários/locações diferentes ligadas como um "clipe" pelo mesmo assunto.


Roteiro: Kevin Smith!

CENA 1 - BAR - INT - NOITE

Miri: Se não pagarmos o aluguel, seremos despejados.
Zack: Quem quer morar lá? Não tem água nem luz
Miri: E quando chegarmos em casa não haverá aquecimento
Zack: Bem, hora de pôr em prática o que sempre dissemos. Vai ter que se prostituir.
Miri: É por se encontrarem nesse tipo de situação que as pessoas começam a transar por dinheiro.
Zack: É.
Miri: Ou a fazer pornôs.
Zack entra em devaneio – entra insert de Miri lambendo garrafa de cerveja – ele ergue uma sobrancelha.
Zack: Meu Deus, é isso.
Miri: Que é? Teve uma ideia?
Zack: Podíamos fazer um pornô.
Miri: Não é a ideia que esperava.
Zack: O que? É uma ideia brilhante. Sério. É uma ideia irada! Brandon St. Randy, o namo-rado fantástico do Bobby Long, diz que ganha 100 mil por ano porque ele mesmo produz e filma seus pornôs.
Miri: Se é tão fácil, porque todo mundo não faz?
Zack: Porque as outras pessoas tem opções e dignidade. E nós não temos, o que nos põe em uma situação bem vantajosa.
Miri: Fuck you. Eu tenho dignidade.
Zack: Onde? Escondida na sua calçinha gigante exposta na internet? É onde esconde sua dignidade?
Miri: Toda mulher tem uma calçinha dessas para as regras, ok? É um fato.
Zack: Tudo bem. Família. Muitos não fazem pornôs porque tem famílias. Mas, por sorte, seus pais morreram. Lamento. Meus avós morreram.
Miri: Lamento.
Zack: Obrigado. Então, quem vamos decepcionar?
Miri gagueja algo, indignada com Zack.
Zack: Pornô está na moda. Como Coca-Cola ou Pepsi com sacanagem.
Miri ainda tentando entender onde ele quer chegar.
Zack: Veja Paris Hilton. Aparece fazendo sexo oral com um cara e agora vende perfumes pra garotada. E ela é uma perfeita imbecil!
Miri: É pra garotada? (cheira seu pulso)
Zack: Já viu Joe Francis “Girls gone wild?”. Esse cara é o maior idiota do mundo e tem um jatinho e uma ilha.
Miri: Ei, deve haver uma solução menos extrema pros nossos problemas financeiros!
Zack: Dê-me uma opção melhor.
Miri: Entregue jornais.
Zack: Não tenho bicicleta.
Miri: Poderia ser garçom.
Zack: Não me querem perto de comida. Comeria algo que eu servisse?
Miri: Eu não comeria, é verdade.
Zack faz expressão de “Eu não falei?”.


CENA 2 - RUA - EXT - NOITE

(caminhada noturna, saindo do bar)

Miri: Ninguém quer nos ver transar, Jack!
Zack: Todos querem ver qualquer um transar. Detesto Donnie O´donell mas se alguém tivesse uma fita dela transando eu ia querer assistir na hora.
Miri: Porque ela é famosa, hellou.
Zack: E você também, é a famosa “Calçinha da Vovó”.
Miri: (rindo) Minha calçinha e sua bunda são famosas. Nós não somos. Quem ia querer ver a gente transar?
Zack tira o convite da festa de 10 anos de formatura do colegial.
Zack: “Pelo menos 800 pessoas”.
Miri: “Os idiotas do colégio? Fala sério?”
Zack: “Claro! Se soubesse que ex- colegas de escola estavam num pornô, você ia ver, certo? Eu veria o Brandon fazendo um boquete e acabei de conhecê-lo”.
Miri ri.
Zack: Com essa lista, temos quase mil pessoas que comprariam um pornô nosso só pra dizer: ‘Fiz Educação Cívica com esse cara! Olhe só o pau dele!’. Vendendo mil cópias a $20 cada uma, pagamos nossas contas”.



CENA 3 - CAFETERIA – INT - DIA

(manhã seguinte)

Zack: “O que você acha?”
Miri (cara de nojo): “Não quero transar com um estranho”.
Zack: “Uau, como se nunca tivesse feito isso”.
Ela se vira pra olhar ele.
Zack: “Quantas vezes conheceu um cara num bar, levou para casa, being, fez sexo oral com ele e ai nunca mais se falaram? Isso é um estranho”.
Miri: “Não faço sexo oral com ninguém que acabo de conhecer num bar”.
Zack: “Ok, por alguma estranha razão não quer transar com um estranho num pornô.
Miri faz expressão de “é isso” e bebe um gole de café. Zack fica pensando.
Zack: “Acho que...”
Ela fica olhando pra ele, achando um saco.
Ele começa a balançar a cabeça, tendo uma ideia.
Zack: “Nós podíamos transar”.
Miri leva um susto, balança a cabeça e faz uma careta.
Miri: “Eca!”
Zack: “Vai à merda!”
Miri: “Olha só. Você é um cara razoavelmente atraente e tudo (tal)...”
Zack: (sarcástico): “Holly Fuck! E você não é de se deixar fora, que tal?”.
Miri (olhando pro lado e depois sorrindo): “Só acho que seria estranho e errado, como transar com meu irmão”.
Zack: “Falando sério. Trata-se só de sexo! Ok? And... com um objetivo: enriquecer! Só meu pau e sua xoxota fariam algo estranho”.
Miri fica tentando entender o que ele quer dizer.
Zack: “Nossos corpos e mentes estariam representando”.
Miri (tentando entender e sendo sarcástica): “Uau...”
Zack: (continuando sério sua “explicação”): “É só explicar às suas partes íntimas antes (Zack olha para baixo, na direção do seu pau): ‘Olha, isso não significa nada. É só pela grana’”.
Miri: (teve um insight e sorri): “Meu Deus!”
Zack: “O que foi?”
Miri: “Está fazendo isso porque sempre quis transar comigo, não é?”
Zack: (ambivalente, finge ou diz a verdade fingindo estar dizendo a verdade?): “Sim. Pas-sei a vida toda fingindo que não queria nada com você...”
Miri olha surpresa pra ele, que se aproxima dela.
Zack: “...esperando que um dia estivéssemos tão endividados que finalmente eu poderia dar em cima de você”.
Miri olha pra ele, boca aberta, percebendo onde ele quer chegar.
Miri: “Está sendo sarcástico”.
Zack faz movimento engraçado com os lábios.
Zack: “Estou. Fingi que estava chorado”. (começa a gemer idiotamente).



CENA 4 - APARTAMENTO ZACK/MIRI– INT - NOITE

Contas não-pagas vão pro fogo. O fogo é feito em um latão de lixo de rua, que está no meio da sala, aquecendo a casa.

Miri: (off): “Acho que não seria repulsivo”.
Cai no fogo o guardador de contas pagas e contas a pagar.
Miri: “Se enchêssemos a cara uma noite e, sem querer, transássemos”.
Zack: “Não! Faríamos isso sabendo que é...” (gagueja)
Miri: (complementa, com afirmativa de cabeça): “Uma decisão de negócios”.
Zack: “Estritamente de negócios. Um meio para um fim”.
Miri: (pensativa, olhando para o fogo): “Certo...”
Zack: “E, no fim, eu depilaria sua bunda”.
Miri: (risada gostosa) “Oh, oh! Fuck you! Não vou deixar você ver minha bunda!”
Zack: “Já vi sua bunda e o resto de você nua um bilhão de vezes”.
Miri: “Eu também vi você”.
Zack (surpreso): “Você nunca viu meu pau! Você viu meu pau?!”
Balança a cabeça, rejeitando a conversa.
Zack: “Nunca viu...”
Miri: “Está brincando? Naquela festa que você encheu a cara, por uma hora, todos o vi-mos tentar fazer um boquete em você mesmo! “
Zack faz uma cara de triste lembrança.
Zack: “Á propósito, obrigado por ter me deixado fazer aquilo.”
Miri suspira olhando para o chão e concluindo com certa graça.
Miri: “Nós sabemos demais um sobre o outro”. (ri)
Zack: “E isso seria apenas mais uma coisa. Olhe só pra nós! É Dia de Ação de Graças e fizemos uma fogueira numa lata de lixo como dois mendigos. Isso nos daria a chance de pagar nossas dívidas, pagar as contas, morar num apartamento melhor, com aquecimen-to, talvez.”
Zack se aproxima de Miri e pega suas mãos nas suas.
Miri: “O que está fazendo?”
Zach suspira.
Zach: “Miriam Linsky, aceita transar comigo diante das câmeras por dinheiro?”
Miri analisa Zach, com carinho e surpresa. Sorri, encantada, porém sem saber ainda o que responder. Zach aguarda ansioso a resposta.
Miri sorri, tentada.
Miri: “Aceito”.
Miri esconde o rosto com as mãos, de certa forma envergonhada com sua reação. Zach ergue os dois braços, sentindo-se vitorioso.
Zack: “É!”

Fim.

SER CHAMADO DE BABACA

Muita gente fica preocupada por ser chamada de babaca. Acredito que existam níveis de babaquice e cada nível pode indicar um certo comportamento. Mais babaca. Menos ba-baca. Completamente babaca.

Minha primeira esposa foi a pessoa que mais me ensinou sobre a forma de pensar das mulheres nesse assunto. Ela mostrou que quando uma mulher diz “Você é um babaca!” – um homem deve se preocupar, pois é exatamente isso o que ela quer dizer.

Já quando é um cara que diz isso, a história é outra. Por exemplo: você fica preocupado se um babaca te chama de babaca? Você resmunga com um tom choroso: “Oh, ele me chamou de babaca, o que vai ser de mim agora?”?

Óbvio que não.

Você responde curto e grosso: “Babaca é o teu rabo, mané!” – mesmo não tendo certe-za do assunto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?

“Sei que foi por causa daquela idiotice que dissemos, que o sexo não ia nos mudar, mas aconteceu. Ele me mudou. Isso deve ser amor, certo? Deve ser amor. E saiba que não posso voltar a ser só seu amigo porque... não dá. “

Zack (Seth Rogen) pagando paixão em Pagando Bem, Que Mal Tem? - Roteiro e direção do Kevin Smith.

GOLEIROS

Reunião de goleiros:

"Os piores são aqueles que invadem a goleira depois do gol só pra darem aquele chutão imbecil pra afundar a bola na rede. Você está lá, caído em desgraça, vendo aquela porra de bola no único lugar onde ela não deveria estar, e chega esse filho da mãe pra encher o saco. Esses são os piores".

domingo, 19 de setembro de 2010

UM MUNDO VEGETARIANO - A SÉRIE

2500 d.C. -

O mundo se tornou vegetariano.

Uma dura política anti-violência aos animais foi sancionada pelos principais governos humanos, capitaneada pela República Popular da China - a única potência econômica e política da época.

O consumo de proteína animal está proibida.

Infelizmente, algumas regiões do planeta insistem em desobedecer o novo consenso.

Entre estes lugares está o estado brasileiro chamado Rio Grande do Sul.

A região uniu-se a pedaços renegados do Uruguai e Argentina para formar uma aliança, a Tríplice Fronteira Carnívora, argumentando hábitos culturais e perdas econômicas caso cessasem o consumo (o abate ou assassinato, acusam seus críticos) de proteína animal.

Tentando evitar um conflito armado, o Governo brasileiro estruturou uma ação secreta para desbaratar os chefões do abate clandestino.

Para a missão foram escalados os agentes Emmanuel “Jack” Lobato e Annie Maria Duarte que, infiltrados na região, dispõem de 60 dias para desbaratar o intrincado universo do submundo do abate e consumo de carne.

Em Breve.

The Crunge - A Parte e o Todo

O problema de confundir a parte com o todo é que, por exemplo, a pessoa que for apresentada ao Led Zeppelin ouvindo somente a música “The Crunge” vai jurar de pé junto que está diante de uma banda de funk experimental.

DO BIG BANG AO BADA BING




Esse é o título do compêndio enciclopédico - ou calhamaço literário - cósmico sub-Thomas Pynchon e David Foster Wallace – com ecos do Ricardo Piglia – que um dia escreverei. Yeah!

DA SÉRIE LIVROS DE CABECEIRA

BILL BRYSON É SEU TEXTO




O escritor norte-americano Bill Bryson tem o que se chama "texto". Sabe escrever, "em suma".

Você pega um livro dele, qualquer livro, abre uma página, qualquer página, e percebe que o cara escreve.

O texto do Bill têm aquela mágica que os bons contadores de história americanos aprendem a ter (ou nascem sabendo).

Há várias maneiras de definir um "bom texto" - ele precisa fluir, ser inteligente, irônico (auto-irôico porque gozar só dos outros é covardia), preciso nas descrições das emoções, pensamentos e relacionamentos e é como, observando as devidas proporções, a Liberdade da Cecília Meireles, o poema narrado pelo Paulo José no Ilha das Flores do Jorge Furtado: "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."

Um texto bom é assim. "Não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."

E o melhor é que, depois de sua leitura, a ficha cai e tantos e tantos bons narradores diminuem em estatura até seu tamanho real.

Porque um texto como Uma Caminhada na Floresta, com toda sua simplicidade de intenções e escopo cultural ganha a cada nova leitura uma intensidade maior, como se voltássemos a rever um querido amigo.

De quantos textos temos esse sentimento?

Para mim, é a prova do tempo, a prova do afeto: como na vida. Sorrimos ao rever alguém? Digo, sorrimos mesmo? Com alegria ou expectativa no coração?

Caso positivo, é fácil entender que a pessoa para quem sorrimos nos faz bem. Se não sorrimos, bom. Cada caso é um caso.

Bill Bryson escreve como gostaríamos que um amigo escrevesse.

E sabe escolher seus temas.

Seria legal colar aqui trechos e mais trechos da prosa do Bill. Mas não vou fazer isso. Vou deixar você ir atrás, ou encontrar sem querer - como eu encontrei - e decidir por conta própria se quer ler um bom texto.

Uma Caminhada na Floresta - Redescobrindo os Estados Unidos pela Trilha dos Apalaches tem o apelo pra esse contato inicial.

É o blockbuster que deu certo. Gênero comédia. E é um belo exemplo de Novo Jornalismo, final dos anos 90.

Ensina que qualquer tema pode ser o tema, desde que se entenda o que realmente deve ser exibido e claro, sem ser exibido.

Bill Bryson é publicado no Brasil pela Companhia das Letras.

sábado, 18 de setembro de 2010

"A RODA AO REDOR DA FOGUEIRA"

"Transmedia é uma essência milenar, e mesmo a sua relação com a tecnologia não é de agora. É só imaginarmos, por exemplo, a revolução que o controle do fogo trouxe para a arte de contar histórias. De repente, criou-se uma nova plataforma: a roda ao redor da fogueira".

Bárbara R. Mota
http://www.oalquimista.com/articles/category/entretenimento

500 DIAS SEM ELA



Pensamentos fugazes abordando o filme do diretor Marc Webb e dos ro-teiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber.

* Quem é Tom?

* Quem é Summer?

* Tom é o cara pegando pratos do secador e os quebrando contra o balcão da cozinha com o olhar perdido?

* Tom é o cara que desabafa seus conflitos amorosos com sua meia-irmã de 12 anos de idade?

* Tom é o cara que curte Bananafish, do Salinger, e Summer é a garota que curta Bananafish, do Salinger?

* Essa é uma das razões de Tom e de Summer se comportarem como se comportam? Isso é, pelo fato de serem leitores de Um Dial Ideal para Peixes-Banana, o conto salingeriano perfeito?

* Tom conta os dias porque é redator de cartões comemorativos? Ou é o filme, e não Tom, quem está constantemente lembrando os pequenos e grandes momentos do relacionamento de Tom e Summer, por meio da ida e vinda dos 500 dias?

* A voz over do filme é mesmo necessária? Não temos o suficiente do casal sem seus comentários?

* O que Tom espera do amor?

* O que Summer espera do amor?

* Sim, um filme onde uma menina tem mais a oferecer de pertinência, bom senso e interesse nas questões pessoais do seu irmão mais velho – ao invés dos melhores amigos, um psiquiatra ou um cachorro – tem mesmo algo de Salinger.

* Em compensação, seus dois melhores amigos não poderiam ter um pouco de mais de sangue, cenas e personalidade?

* Onde, como e quando Summer terminou seu relacionamento com Tom?

* Tom realmente se vê como Dustin Hoffman em A Primeira Noite de um Homem?

* Tom: “As pessoas não percebem, mas a solidão é subestimada”.

* Resposta: Summer terminou com Tom dentro de uma lanchonete – ela havia pedido panquecas e a garçonete as serviu, equivocadamente, para Tom.

* Um amigo não tem namorada desde a sétima série e o outro namora a mesma garota desde 1997. O que eles sabem sobre os relacionamentos modernos?

* A cena do bar: jovem e boçal executivo (pra não dizer inconveniente) se interessa por Summer, que bebe no balcão de um bar, com Tom ao seu lado. O executivo quer pagar uma bebida a Summer, que agradece porém não aceita. O executivo olha para Tom e ri. É por esse pa-naca que você está interessada?, ele pergunta (em linhas gerais)e dá as costas, debochado. Tom acerta um soco no sujeito, que desaba. Tom se vira para Summer (e aqui é a melhor parte da cena) e sorri. Sua expressão é: “Viu só? Viu o que fiz com esse babaca?”; e no mesmo instante vemos o executivo já de pé e pronto para acertar um murro dez vezes mais forte em Tom. A cena termina nesse momento, com Tom levando o murro e desabando no ar.

O Tempo da comédia.

* Então as partes de 500 Dias Sem Ela que retomam procedimentos fílmicos ou estéticos de grandes comédias românticas como Annie Hall (Noiva Neurótico, Noiva Nervosa) – Woody Allen; A Primeira Noita de um Homem – Mike Nichols; Harry e Sally – Rob Reiner.

* De A Primeira Noite de um Homem 500 Dias Sem Ela usa até mesmo cenas – possivelmente é o filme mentor do Tom – subjetivo do personagem expandindo para o objetivo da tela; do contrário The Graduate seria o filme mentor de Marc Webb, o diretor de 500 Dias Sem Ela.

* A Noite faz parte do Dia?

* O Verão dura 500 Dias?

* Summer conta dos caras que realmente amou – os homens importantes da sua vida. Tom os retrata por meio de fotografias em P&B e cria personalidades e atributos imaginários (ou não?) tendo como “pistas” as parcas informações dadas por Summer como seus nomes, apelidos ou locais de origem.

A cena é sensacional. Porque as falas de Summer são “neutras” é a excitação ciumenta de Tom que faz o resto.

Essa febril capacidade de fabular a realidade da sua amada é influ-ência direta de Annie Hall, a genial comédia de Woody Allen.


* Seria então 500 Dias Sem Ela um filme de situações que compõem em fragmentos a história de um relacionamento amoroso?

* Então 500 Dias Sem Ela é Webb em 2009 querendo conscientemente e-mular o Allen dos anos 70?

* E Harry e Sally? No que os filmes se parecem? (ou você não vê nenhuma semelhança?)

* A tela se divide entre Expectativa e Realidade - exibindo duas versões da mesma cena-estória simultaneamente: o subjetivo do perso-nagem Tom, com suas intenções e desejos; e o objetivo fílmico – o fluir real da estória na tela – e, portanto, o que “realmente” aconteceu.

Genial retomada dos procedimentos de Annie Hall. Ou Brian de Palma?


* Sonhamos enquanto vivemos. Sonhamos enquanto agimos. O resultado é a nossa vida.

* Summer o largou, a vida desabou, a carreira como redator de car-tões comemorativos sempre foi um meio de subsistência, afinal Tom é formado em arquitetura.

* A cena ponto de virada, na qual Tom assume-se como dono de seu destino – e ironicamente em se tratando de uma comédia romântica esse assumir-se não está roteirizado como “ir atrás da garota” e sim, de forma moderna, em “buscar a mim mesmo”.

* É mais importante ser amado ou amar? É mais importante encontrar o amor ou descobrir quem se é?

* A cena do Cartões: criada como função para perceber o conflito interno de Tom, que não fala o que sente. E não vive o que sente. A ironia inteligente (e existe outro tipo de ironia?): para um personagem que não consegue expressar o que sente nada melhor do que ter como profissão “redator de cartões de felicitações”.

* O diálogo do Tom na cena – reunião de pauta da empresa, os redato-res apresentam novas idéias, Tom interrompe uma apresentação e finalmente desabafa:

“Somos todo mentirosos. Por que as pessoas compram isso? Não é para dizer o que sentem. Compram cartões porque não dizem o que sentem ou têm medo de dizer. O serviço que prestamos só os exime disso. Querem saber? Que se danem! Vamos ser francos com a América. Eles que digam o que pensam.”

* Ecos da cena em que Woody Allen se demite do programa de televisão que trabalha em Hannah?

* O conselho da irmã de Tom: “Tom, eu sei que você acha que ela era a mulher da sua vida, mas eu não acho. Eu acho que você só está lembrando das coisas boas. Da próxima vez que olhar para trás, deveria dar uma segunda olhada”

* 500 Dias Sem Ela tem muito de Nick Hornby e suas idéias que afirmam que a música pop, com sua insistência em cantar sobre a importância do amor na vida dos jovens, é uma das grandes causadoras das desilusões amorosas no mundo contemporâneo.

* Vinte dias é o tempo que dura a ressaca amorosa e profissional de Tom. São vinte dias desempregado, entediado, bêbado e sofrendo e en-tão o estalo e sua iniciativa de voltar a correr atrás do seu sonho de ser um arquiteto.

* Nas comédias românticas há sempre um Plano B para os personagens realizarem quando terminam seus relacionamentos.

* Na platéia, as pessoas se perguntam: “Qual é o meu? Qual projeto devo retomar?”

* O irônico uso dos ciclos naturais no roteiro. A nova garota que conhece na sala de espera de um escritório de arquitetura chama-se “Outono”. Tom olha pela primeira vez diretamente para a câmera e nos diz com sua expressão: “Será que tudo vai começar outra vez?”

A numeração dos dias ressurge no número 500 e retorna até o 1. O sol nasce na animação de fundo. O novo ciclo inicia.

* Quantos Dias Tom viverá com Autumn?

* O suficiente para um filme?

*Digo, um filme no gênero comédia romântica?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Se Beber Não Case – The Hangover IV



P – Desfecho

Festa de casamento.

Observação:

Qual é o grande conflito da trama? É se Doug chegará a tempo para seu casamento.

Quais os motivos que o impedem? Ele desapareceu depois de uma noita-da.

Simples, né?

Maluco é o recheio.

The Hangover sobressai pelo recheio.

A noiva, Tracy, aguarda, arrasada – convidados esperando – Será que ela vai casar?

Chegam na casa – a noiva e os pais dela irritados – Doug pede des-culpa pro pai, que responde: “Tudo Bem. Vegas”.

Diante do Padre – Doug pede desculpas pra noiva, jamais enquanto du-rar o casamento ele a fará passar por uma situação como esta outra vez, você me perdoa? – ela segura sua mão – fazem as pazes de forma legal, sensível mesmo diante da loucura anterior. Doug é mesmo boa-praça.

Desenlace dos amigos – Phil encontra mulher e filho, está feliz.

Stu bebe com Alan, surge Melissa – Stu desafia Melissa, pela primei-ra vez tem voz ativa – abandona-a e vai pra pista dançar.

Alan aproveita e diz pra Melissa que está pensando em tirar uma li-cença de barman, a cantada não tem o efeito desejado.

OS amigos se esbaldam na pista de dança.

Final da festa.

Alan encontra câmera – vão olhar uma única vez as fotos e depois de-letar as provas –créditos com as fotos da noite de loucura.

Fim.

Se Beber Não Case – The Hangover III

C – A amanhã seguinte - Desenvolvimento

A suíte de luxo está um caos. Uma mulher sai de fininho (ou ao menos suas pernas, que é só o que vemos dela), Stu acorda deitado no chão. Alan descobre o tigre e o bebê. Phil quer saber de Doug. Ou quer um café da manhã. Tanto faz. A ressaca é braba.

Se Beber Não Case é um grande pedaço de desenvolvimento recheado de vários pontos de virada – levando os personagens, através de seqüên-cias-conflitos, em busca da descoberta do que realmente aconteceu na noite anterior e, principalmente, onde está o noivo.

Para uma leitura mais visual desses pontos de virada do Desenvolvi-mento do filme – “C” – este foi subdividido por em uma numeração por plot.

Durante o café, a primeira pista: notam a pulseira do hospital no pulso de Phil.

Então vemos os alicerces do filme, que se estrutura na premissa de “Onde está Doug?”.


Caça ao que fizeram na noite passada

D - ou C 1 -


O trio vai até o hospital, atrás de informações. Descobrem que Phil deu entrada com uma contusão no crânio e nas costelas e que foram drogados com um “boa noite Cinderela”. O que os faz supor que caíram na armadilha de algum louco, tarado ou pior.

Descobrem também o nome de uma igreja que, segundo afirmavam, estiveram.


E – ou C 2 -

Na “igreja” descobrem que Stu casou com uma striper, Jade. Pedem os documentos do casório, atrás do endereço dela.

A comédia chega forte na saída da igreja. Um carro barra a viatura dos heróis e dois chineses violentos perguntam “Onde ele está?”. Stu ao telefone com Melissa inventando situações bucólicas na vinícola que supostamente visitam (mentira dele) – tiroteio – dono da igreja baleado – fuga em alta velocidade.


F – ou C 3 –

Apartamento da striper. Descobrem que ela é a mãe do bebê. Que o ca-samento ocorreu depois das 22h e que Stu deu como presente o anel da avó sobrevivente do holocausto que daria pra Melissa.
Ela não sabe onde está Doug.
A polícia de Las Vegas invade o apartamento.


G – ou C 4 –

Na delegacia – algemados – Phil liga pra noiva de Doug, mentindo que estão com vontade de passar uma noite extra em Las Vegas.
No depoimento tentam acordo com os policiais.
Resultado: são usados como cobaias de armas paralisantes para alunos que visitam a delegacia.


H – ou C 5 –

No depósito de carros da polícia, pegam a Mercedes – que juravam te-rem destruído na farra. Para surpresas de todos, a Mercedes está in-teira.

Dirigem de volta ao centro da cidade – batidas no porta-malas – “Doug?” – estacionam, abrem o porta-malas – sai um chinês pelado com barra de ferro – bate nos três e foge.

Alan confessa ter colocado ectasy no licor, na hora do brinde no terraço (final de B) – queria ver todos felizes – Stu puto: “Doug deve estar morto!”


I – ou C 6 –

Voltam pro hotel, entram na suíte – Mike Tyson está lá, tocando pia-no – Ele quer seu tigre de volta e ameaça: “Não me façam voltar”.

Tiram a sorte no palitinho e Stu é o escolhido para dar um bife com sonífero pro bicho – carregam o tigre para dentro da Mercedes.

No meio do caminho o tigre acorda e ataca. São obrigados a empurrar o carro pelos últimos 2 KM até a mansão do Tyson.

Assistem as câmeras de seguranças da mansão: 3:30h da madrugada, eles + Doug, absurdamente bêbados, roubaram o tigre e o colocaram dentro da viatura de policia roubada.


J – ou C 7 –

Noite. Dirigem de volta pro hotel – Phil quer ligar pra noiva, tal-vez Doug tenha dado notícias – Allan triste pelo estado do carro – Phil: “É só o interior!”

Picape bate na lateral da Mercedes, imprensando o carro contra um poste com letreiro de néon – são os mafiosos chineses que os ataca-ram na igreja – e o chefão deles está junto, de pulseira de ouro e terno brega – é o chinês preso dentro do porta-malas.

Observação:
Surge o Antagonista.

Afinal, “Onde está Doug?” não é premissa suficiente para sustentar os 100 minutos padrão dos filmes hollywoodianos.

O que sustenta o tempo de tela – os 100 minutos padrão - é o confli-to do(s) protagonista(s) contra o antagonista em busca de um objeti-vo – “Onde está Doug”.

O chinês, “Chow. Leslie Chow” – personagem hilário, explica como se meteram com ele.

Jogavam em um cassino e Alan impressionou Chow, que passou a apostar nele.

No entanto, Alan pegou a bolsa errada – a do chinês, com 80 mil dó-lares e saiu do cassino.

Chow foi atrás, reclamando o que era seu, mas Phil o achou bonitinho e o quis como amuleto da sorte e o jogou dentro do porta-malas.

(essa história é contada no meio da rua diante dos carros batidos – legítima história-dentro-da-história).

Chow ameaça: “Devolvam a bolsa com os 80 mil ou não terão o amigo de volta” – bate no vidro do carro e agora vemos um homem encapuzado. “Doug!”, gritam.

Chow dá ultimato: para terem Doug de volta, precisam estar no deser-to de Mojave, ao amanhecer, com os 80 mil dólares.

Observação:
A trama muda de conflito-foco: passa de “Onde está Doug?” ou “O que nos aconteceu a noite passada?” para “Onde está a bolsa com os 80 mil?”


K – ou C 8 –

Inicia busca desesperada pela bolsa. Revistam o carro e a suíte e não a encontram –“Estamos ferrados”.

Alan encontra seu livro de como ganhar no 21. Troca de olhares – surge uma idéia.

Observação:
Aqui o ponto de virada não é mais na estrutura “um absurdo leva a outro” e sim de “Cadê a bolsa?” para “Como ganhar oitenta mil dóla-res apostando em um cassino?”.

Phil e Allan, vestindo ternos, vão pro cassino jogar no 21 - desco-brimos que Allan é um desajustado genial na matemática – ele analisa e decora as cartas na mesa, conseguindo antecipar as próximas cartas com boa margem de acerto. A aposta inicial de 10 mil dólares sai da poupança do dentista Stu, que se considera “médico” mas, segundo Phil “É só um dentista”.

Aqui vale observar o personagem: Stu ama Melissa, que é megera na visão dos amigos e que o traiu com um barman em uma viagem de cru-zeiro “mas não o deixou ejacular dentro dela porque ela tem nojo de sêmem”, explica zeloso aos amigos. Phil retruca: “E você acredi-tou?”. A virada de Stu começou, ele não se importa tanto quanto pen-sou que se importaria usando seus 10 mil que estavam reservados para o casamento com Melissa para serem usados no plano de ganhar 80 mil e salvar Doug. E mais: Jade, a doce e boa-praça striper é chamada para ajudar. Ela e Stu formam um casal sortudo, que tramam com Alan na mesa de jogo.

Esse trecho exibe os seguranças do cassino desconfiando da sorte dos jogadores. Stu e Jade criam um rápido qui-pró-có, ajudando na fuga de Alan e Phil, enquanto festejam terem ganho 80 mil dólares.


L – ou C 9

No deserto – dirigem pro local indicado pelo chinês para pagarem o resgate de Doug. Cantam canções.

É uma rápida sequência climática, feita como respiro “alto astral” para o público, pois finalmente a sorte voltou e tudo parece dar certo.


M – ou C 10 -

No deserto – a cômica seqüência da entrega do resgate – Chow entrega um Doug mas é o traficante de quem Alan comprou as drogas – Phil quer desfazer o trato – Nada feito para o afetado Chow.

Observação:

Essa é a grande ruptura do Desenvolvimento. Um ponto sem retorno completo.

Apesar de todos os seus esforços, os personagens chegaram ao limite. Não há mais o que fazer, não há mais tempo para nada e não atingiram seu objetivo. Não encontraram Doug.

A corda cômico-dramática se estende ao máximo. Nem Doug é Doug (é um traficante afro-americano que pede desculpas por ter confundido as drogas que vendeu naquela noite).

Como sair do fundo do poço?

A premissa dos filmes de Hollywood exibe seus dotes.

Faltam aproximadamente cinco horas para o casamento.

Hora de voltar ao começo:


N – ou C 11 -

Nesse ponto o roteiro retorna para A – a introdução.

Revemos Phil ligando para Tracy, a noiva, “dando a real”. O casamen-to não vai rolar porque não encontram Doug.

Enquanto isso, Stu e Alan conversam com o Doug traficante. Estão a-nalisando a droga que tomaram, Rhutylin e, segundo Doug, é mais fá-cil cair no chão usando-a do que flutuar até o terraço.

Ponto de virada. O terraço.

A cena repetida para nesse ponto e agora assistimos sua continuação. Uma nova ação, vinda de uma nova intenção, toma conta da estória:

Stu derruba Phil na areia do deserto e pega o celular.

Stu acalma a noiva: é tudo uma brincadeira do Phil. Doug vai estar no casamento na hora marcada. Desliga o celular.

Phil quer saber o que está acontecendo. Stu sabe onde Doug está:

No terraço.


O – ou C 12 –

Encontram Doug atordoado, semi-consciente, todo queimado por ter passado quase dois dias fritando ao sol do terraço do hotel.

Não há tempo a perder.

Doug sai do hotel levado em uma cadeira de rodas, ainda zonzo. Não há mais lugares disponíveis nos vôos para L.A. – Phil vai dirigir a Mercedes até Pasadena em 3 horas.

Jade aparece – despedida do casal – Stu quer um novo encontro, desta vez um para se lembrar depois. Jade aceita. Stu finalmente descobre o que aconteceu com seu dente: Jade conta que Alan apostou que Stu não extrairia seu próprio dente.
Stu arrancou seu próprio dente.
A subtrama romântica entre Stu e Jade termina com uma nota esperanb-çosa.
Os amigos partem de Las Vegas.
Na estrada, Doug mostra as fichas que achou em suas roupas: no valor de 80 mil dólares.

Euforia na estrada.

Depois de uma ligação de Stu, um furgão de uma loja de roupas mascu-linas joga pacotes dentro da Mercedes. São os ternos dos amigos, que se vestem e se barbeiam na estrada, no maior clima “filme de amigos”.

Se Beber Não Case – The Hangover II



A Construção do roteiro.

A – Introdução



Horas antes do casamento, Phil – em uma estrada desértica com os a-migos atrás de si e completamente amarrotado, sujo e com hematomas pelo rosto - liga para a noiva – pronta pro casório, ao lado dos pais preocupados – admitindo que perderam Doug de vista e que o ca-samento “não vai rolar”.

A noiva faz uma expressão de pânico e decepção completa.


B – Apresentação dos personagens

Dois dias antes.

Nos 15 minutos regulamentares dos filmes americanos, somos apresen-tados aos personagens, isso é, em se tratando de filmes americanos, somos apresentados aos caracteres principais daqueles personagens – suas marcas registradas – enquanto se preparam para a viagem a Las Vegas.

Phil é mostrado com um professor secundário que não pensa duas vezes em armar um passeio fureca com seus alunos só para receber 90 dóla-res por cabeça e capitalizar sua viagem.

Stu é o namorado dominado pela irritada Melissa, um sujeito que pede desculpas por tudo e que mente sobre o destino da viagem (uma viní-cola) só para não ter de enfrentar a ira de Melissa.

Alan é o irmão da noiva, emocionalmente deslocado, o sujeito que senta no chão da garagem pra beijar na boca o cachorro da família.

Unidos, viajam em uma luxuosa Mercedes emprestada pelo sogro de Doug. Na viagem, Alan lê um livro de como ganhar no 21. “Isso é só para pessoas muito inteligentes”, um personagem diz.

Chegam a Lãs Vegas, que é apresentada de forma imponente e turísti-ca.

No hotel, escolhem uma suíte de luxo e, antes da noitada começar, sobem ao terraço – lugar deserto e proibido para hóspedes - para um brinde entre camaradas.

Se Beber Não Case – The Hangover I



Este post tem como objetivo fazer uma breve análise da estrutura do longa de Greg Mottola com roteiro de Jon Lucas e Scott Moore.

Doug vai casar.

A estória: Quatro amigos vão passar uma noite em Las Vegas para co-memorarem a despedida de solteiro de Doug. São eles Phil, melhor a-migo, professor de escola secundária, arrojado. Stu, melhor amigo, dentista, num relacionamento sério com Melissa, a megera. E Alan, o irmão emocionalmente retardado da noiva, Tracy. Doug é o noivo boa-praça.

A Manhã seguinte.

Em linhas gerais o filme anuncia um incidente iniciante de propor-ções grandiosas – o que aconteceu com estes personagens na noite da despedida de solteiro de Doug?

Ao acordarem na manhã seguinte sem nenhuma lembrança da noite ante-rior, os três personagens se deparam com uma série de situações ab-surdas, supostamente relacionadas à despedida de solteiro. São elas:

A) Doug desapareceu;

B) Há um tigre no banheiro da suíte do hotel;


C) Há um bebê dentro de um armário;

D) Stu perdeu um dente;


E) Phil usa uma pulseira, indicando ter dado entrada na emergên-cia de um hospital;

F) O carro do sogro de Doug não está mais de posse do quarteto, eles voltaram ao hotel dirigindo uma viatura de polícia;


G) A partir de um bilhete, chegam a uma igreja casamenteira típi-ca de Las Vegas e descobrem que Stu casou com uma stripper;

H) São perseguidos por bandidos chineses violentos;


I) Após recuperarem a Mercedes, descobrem um chinês pelado dentro do porta-malas.

A partir dessas situações bizarras, o filme se constrói em uma fre-nética busca pelo noivo desaparecido.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MATT WEINER - MAD MEN - NA ROLLING STONE

It’s why I tell young writers, “Don’t share your shit, don’t share your stuff.” David Chase would always be like, “Don’t tell me that story, because I will not remember you told it to me and I will use it.”

Matt Weiner

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ROMANTISMO MASCULINO?

“Poucos dias depois da nossa chegada a Varsóvia, eu havia me transformado num caso desesperador de paixão à moda antiga, incurável e ardente, e para o escritor e seus amigos, uma complicação hilariante. De manhã, quando tomávamos café e ela atravessava a sala para a nossa mesa, eu sentia um aperto tão violento no peito, uma sensação de vazio tão assustadora no estômago que, quando ela chegava perto de nós, eu não podia ignorá-la nem ser casualmente cortês sem revelar aos outros o que sentia. Eu nem tocava no ovo cozido e no pão de centeio”.

Ian McEwan – Cães Negros – Editora Rocco – Tradução Aulyde Soares Rodrigues.

Homens podem ser românticos?

McEwan descreveu sensações masculinas reais nesse trecho do seu romance de 1992?