sábado, 6 de março de 2010

AUSTER COMENTA AS FORMAS NARRATIVAS

Paul Auster mais uma vez demonstrando seu conhecimento técnico.

Em poucas palavras, uma aula sobre a diferença entre a forma narrativa e a forma dramática – ou, em outras palavras, a diferença entre o romance e o cinema:

“Os livros são pura narração e não há ruptura de cenas como no cinema. Têm uma certa linha contínua de descrição, enquanto os filmes são meios muito fraturados, compostos por pequenas peças, como um quebra-cabeças”.

A impressão de que o cinema conta “histórias lineares” é uma ilusão. Cinema é organização de pedaços dramáticos. Nacos mesmo. Cenas. Abençoadas cenas.

Um comentário:

  1. Isso explica muito de uma perturbadora sensação de que nossa memória, sendo uma gigantesca "edição", é influenciada, além de informada, é claro, pelo cinema. Não falo da bagunça nossa de cada dia, da fragmentação e da segunda lei da termodinâmica, mas do negócio de dar-se conta do que estamos vivendo mesmo, que pinta nas telas com respeito a personagens, como um feito dessa impressão de continuidade (que em verdade não rola nem numa volta na quadra, duvidam?) nas telas. Sacada lapidar, em mais uma postagem "da massa", Gibran!

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