segunda-feira, 19 de abril de 2010

A NECESSIDADE DO HERÓI

O Herói. Arquétipo, necessidade psicológica, símbolo de Ordem contra o Caos – definições inteligentíssimas e precisas foram escritas e chegaram até nós no decorrer dos séculos (isso é muito legal, né? Dos séculos mesmo!)

Elas possuem saudáveis diferenças. Todas, no entanto (acredito), apontam algumas semelhanças. Entre elas, a que poderá ser respondida por meio da seguinte questão:

Quem veio primeiro? O Herói ou a Necessidade do Herói na Humanidade?

Eu acredito que o que veio primeiro foi a Necessidade do Herói – que se confunde em menor escala com a Necessidade de Reconhecer Deus – sendo o Herói uma fagulha Divina agindo entre nós, para nós, por nós – diante de um ou mais desafios além de nossa capacidade.

Mas agindo como?

O Herói assim o É pela capacidade de vencer o mal ou as provas que interrompem a livre circulação do Bem.

Esse é o meu ponto. O Herói só é Herói porque faz o Bem.

Então nossa necessidade Humana não é por um Herói, mas sim por algo que vença o mal, que restabeleça o Bem.

Se um relato houvesse capturado a imaginação humana contando uma estória onde qualquer pessoa soprando pétalas de flores sobre o agente do mal o derrotaria – então o Herói seria aposentado, antes de existir, pelo ato de soprar pétalas de flores.

Felizmente o primeiro Herói foi devidamente registrado por um excelente contador de histórias, que legou o gênero para a posteridade até o tempo infinito.

O primeiro Herói pode ter sido um Homem que salvou um membro da sua tribo de um afogamento ou da morte iminente por um animal selvagem – e o contador de história da tribo a contou com tamanha energia e por um período tão largo de tempo que se tornou o verdadeiro Herói.

Mas, e o Bem?

As variações do que é o Bem são infinitas – porém não mudaram tanto no decorrer dos milênios. O Bem É o Bem – Nascemos com o código de reconhecimento e da necessidade de presenciá-lo.

Entre outros, o Bem que o Herói pode fazer é resguardar e ou dedicar-se a lutar pela liberdade ou integridade de uma pessoa, de um povo, de uma nação ou da Humanidade.

Mas porque então o Herói é reconhecido como Herói?

Não é só porque atingiu seu objetivo de vencer o mal ou restabelecer o Bem.

O Herói é reconhecido como Herói porque precisou passar por provações que a maioria dos Homens sabe no seu íntimo não ser capaz de suportar.

O Herói é o homem que apesar de ser tentado, resiste, tendo a total liberdade de não querer resistir.

O Herói não é pago para resistir (e quando o é – descobre no meio do caminho que o ganho material não importa, ou não tanto quanto o ganho imaterial – o Bem).

Há no Herói de antemão ou é descoberta no decorrer das batalhas uma convicção profunda, básica e visceral, do que pode ou não pode ser aceito – do que Ele pode ou não aceitar – “do que é e do que não é”.

Sua responsabilidade é manter-se no caminho certo durante toda a estória – assim o queremos – porque no nosso mais íntimo, temos a certeza total de quando e como e porque tombaríamos –
Tudo bem, nada de pânico.
Afinal, somos homens.

Como Homens, não nos foi dado conhecer o Futuro. Isso é motivo de temor, de insegurança.

E é esse Futuro incerto, que gera a Grande Dúvida:quem vence, o Bem ou o Mal – ou pior, o mais-ou-menos-disfarçado-de-tá-bom-por-enquanto.

E é esse Futuro incerto, atingido no final da narrativa – quando se torna Passado -, só é possível se tornar Presente apenas pelos esforços do Herói e das Forças que o amparam.

É por assegurar um Futuro onde podemos depositar nossa esperança de felicidade, que somos e seremos perpetuamente fascinados pelo desenrolar das historias de Heróis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário