terça-feira, 13 de abril de 2010

RIFFS

Na minha errante adolescência, a música possuía uma importância tal que eu conseguia passar horas sem realmente pensar por palavras. Eu pensava por sons.

Repetia dezenas de riffs de guitarras e quebradas de baterias e trechos desconexos e mal cantados de canções em língua inglesa, sem parar, um atrás do outro.

Hoje eu olho para trás e solto um grunhido mascado de reprovação. Pra minha sorte, há tempo voltei a pensar por palavras.

Um comentário:

  1. Nossa errática juventude deglutia de montes de coisas curtindo andarilhar e o bop, modelo instrumental para algum autor mais badalado, mas embora o fluxo de consciência ainda fosse algo como um mistério para iniciados, era alavancagem pela maquinação de escritas, não tinha como contornar, apesar das aspirações a contrapontos, despreendimento e condições de arcar com os custos, que seguem de arrepiar, ou grunhir, ainda que talvez por motivos levemente diversos. Não sabia (ou lembrava) que atravessavas momentos afásicos tamanhos, hug! (e profundo suspiro, para o qual, desculpa, não (re)conheço a onomatopéia...) Sonhos e caminhos mais lúcidos, então, para nós e o Universo.

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