segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PARANOID PARK – VAN SANT – OBSERVAÇÕES FUGAZES

Um personagem principal com um conflito externo e interno (referencia literária), deflagrado por uma ação de conseqüências trágicas – ainda que involuntária.

O filme é o personagem principal, seu conflito interno e como reage com as pessoas ao seu redor na pós-ação trágica.

Não há subtramas. Mesmo a indecisão amorosa, ficar com qual das duas garotas, é parte do trauma e tem ligação com a “unitrama” – a garota escolhida acaba por dar o conselho fundamental para iniciar a superação do trauma.

Demais personagens:

o amigo – função de apresentar o ambiente (Paranoid park) e uso da sua casa, que serve pro perso-nagem principal ter um espaço pra ficar sozinho, em suspenso.

A garota bonita – desejo de estar no grupo certo na escola. Com os bonitos e bem-nascidos. Prazer.

A garota normal - que serve pro personagem reconhecer a existência de outros tipos de amor (menos vinculados à beleza e ao sexo e mais vinculados à amizade e ao carinho). Ela, a amiga freak, faz a função de Mentor no filme – ela dá a idéia “purgativa” de escrever seus tormentos – desta forma, Paranoid Park é um grande flashback, é a estória sendo contada no caderno – mas até certo ponto: o ponto onde Van Sant toma conta dessa estória e a narra de acordo com a sua percepção (quando caderno, personagem, trauma, um banho de chuveiro, tudo existe porque o diretor assim o quis).

Algumas seqüências na ordem cronológica (a ordem fílmica está estrutura de forma fragmentada – não-linear):

Jovem de família desestruturada classe média e skatista vai conhecer o pico marginal preferido dos skatistas barra pesada da cidade, o Paranoid Park. Lá ele faz amizade com “marginal” e faz o “programa” da galera: pegar um trem sem pagar, na curtição. São flagrados por segurança da ferrovia, que os persegue. Assustado, o jovem dá porrada com o skate no segurança, tentando se livrar. O segurança cai nos trilhos, sendo morto pelo trem em movimento. Transtornado, Jovem se refugia em casa vazia de um amigo.

Nos dias seguintes, acompanhamos o Jovem na sua rotina: colégio, casa, namoradinha, amiga freak. Certa manhã, os skatistas do colégio são chamados a uma sala. Um policial se apresenta. E pergun-ta: o que fizeram tal dia? O que aconteceu?

A trama vai sempre pro futuro. O público sempre formula a questão: “O que acontecerá?”.

“Ver o filme é preciso, para saber”.

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