quinta-feira, 18 de junho de 2009

A “ORIGEM” DOS CONFLITOS EM FAMÍLIA RODANTE

Um convite dispara a história: Matriarca da família é convidada para ser madrinha de casamento de uma sobrinha, em sua cidade natal no interior da Argentina.
Em Buenos Aires, onde vive a Matriarca, sua família não parece ter vontade ou condições financeiras para tal evento. Porém, CONSTRANGIDA pela alegria que tal convite desperta na Matriarca, decide que A ÚNICA ATITUDE CORRETA A FAZER, POR RESPEITO, será todos acompanharem-na.

Surge um problema prático, externo: como pagar essa viagem?
Dá-se um jeitinho. Para economizar, irão todos juntos, num motor home.

MOTOR HOME IGUAL AO ESPAÇO RESTRITO onde o
confinamento faz emergir os desejos e conflitos entre as personagens.

Alguns conflitos tem origem no passado, no fora de tela: antiga
paixão entre cunhados floresce.

Alguns conflitos nascem durante a viagem: prima se apaixona por primo.

Alguns conflitos acontecem com o mundo exterior – cena com os policiais, o pneu que fura.

Alguns conflitos chegam até eles – o namorado da filha mais velha, que surge de moto.

Pablo Trapero sabe que uma família e uma casa são elementos suficientes para detonar uma miríade de conflitos. Com inteligência, potencializou seu roteiro ao inserir não uma, mas DUAS famílias em um espaço único – não uma casa – ou um barraco ou uma mansão ou um apartamento de classe-média, mas uma casa rodante.

Desta forma, inserindo mais mundo, MAIS CONFLITO, à sua história.

Ótimo filme para estudar o desenvolvimento dos conflitos. Quantas cenas foram necessárias para expor, desenvolver e solucionar cada uma das subtramas do roteiro?

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